Um Caminho para a Autonomia

Diagnóstico/necessidades

A APERCIM tem como um dos seus eixos de atuação, a promoção da autonomia daqueles a quem presta serviço, de acordo com as suas capacidades e potenciais. No entanto, verificamos na nossa atuação um déficit na promoção da vida independente. Apesar dos inúmeros projetos e atividades com a comunidade e da nossa política de inclusão, ainda verificamos uma forte componente de institucionalização na nossa ação e um grau de dependência dos nossos clientes que não se coaduna com as suas reais capacidades e o seu potencial de autonomia.  Analisando a Estratégia Nacional para a Inclusão das Pessoas com Deficiência, consideramos que poderemos ter um papel fundamental, no Eixo Estratégico 5, nomeadamente reativando os objetivo do nosso Projeto “Um Novo Lar para a Autonomia”, dirigido aos residentes de um dos nossos equipamentos residenciais que queremos preparar para que possam ter uma vida autónoma e independente, como para alguns dos clientes do CACI com este potencial e ainda para a comunidade local, onde se inclui a comunidade escolar e as famílias, que reconhecemos necessitam de ser sensibilizadas para a promoção da Vida Independente das PcD e capacitadas ao nível das estratégias e serviços disponíveis para tal.

É necessária uma maior articulação e trabalho em rede entre as entidades, assumindo particular relevo a APERCIM, a Escola, o Balcão da Inclusão de Mafra, recorrendo às boas práticas de projetos já implementados, tais como os CAVI da Área Metropolitana de Lisboa.  

Em termos da intervenção propriamente dita, de acordo com as avaliações da Escala de Lawton e ECA, existe um conjunto de Atividades de Vida Diária e de acesso aos recursos da comunidade que têm, que ser garantidos para uma vida independente, não sendo possível esta intervenção com os recursos atuais da APERCIM, pelo que urge a criação de um projeto que dê esta resposta e torne aqueles a quem servimos mais independentes e autónomos, deixando de estar dependentes da Instituição.

Verificamos ainda alguma resistência das famílias das PcD em “permitir” a autonomia, pelo que é necessário apostar na sensibilização e capacitação destes, demonstrando tanto os direitos como os recursos que estão atualmente disponíveis e a mais-valia em promover a autonomia dos seus familiares.

Descrição do projeto

Pretendemos desenvolver um projeto com 3 eixos de ação: 1) a intervenção junto dos clientes do CACI e Lar Residencial com potencial de autonomia e de vida independente, dando-lhes as ferramentas necessárias para que possam ter uma vida autónoma, sem que estejam dependentes da APERCIM, ou que essa relação se restrinja a um apoio de supervisão. Para tal será feito uma avaliação de despiste do potencial de autonomia, estabelecimento dos perfis e áreas de intervenção e intervenção propriamente dita. 2) Realização ações de sensibilização e capacitação para PcD e Famílias para promoção da Vida Independente, que abranja igualmente a comunidade local, trabalhando em conjunto com a Ação Social da CM Mafra, a Escola e o Balcão da Inclusão Local, apresentando boas práticas que estejam já implementadas nestas áreas. 3) Criação de uma rede de entidades e assistentes da comunidade, em áreas chave, para facilitar o acolhimento, supervisão e acompanhamento das PcD que estejam envolvidas no projeto de promoção da Vida Independentes, criando-se uma rede de suporte e sensibilizando a comunidade.

Objetivos

ü  Avaliar e criar condições para a autonomização e vida independente da PcD.

ü  Implementar um programa de sensibilização, informação e formação para PcD e suas famílias para preparação para a autonomia e vida independente.

ü   Sensibilizar a comunidade para a importância da autonomia, autorrepresentação e vida independente.

ü  Organizar, disponibilizar e tornar acessível a informação relevante para a autonomia e vida independente.

ü  Criar uma rede de agentes facilitadores da promoção da vida independente.

Inovação

O projeto apresentado assume-se como inovador na ação da APERCIM, sendo uma área que ainda não foi condignamente abordada no seio da Instituição. Consideramos que a nossa ação ao criar um programa de intervenção e em simultaneamente influir nas famílias e na comunidade, criando uma rede de suporte comunitária para a inclusão e promoção da autonomia também se assume como inovadora.

Atividades e Resultados

1.                  Divulgação e Promoção do Projeto

1.1.            Dinamizar as redes sociais do projeto (Facebook, Instagram, YouTube) pela colocação e partilha de conteúdos. Criação de conteúdos informativos (e.g. cartazes e folhetos). Contactar os órgãos de comunicação locais para divulgar as atividades. Adquirir e distribuir pastas e brindes nas ações de sensibilização e capacitação.

1.2.            Incrementar a visibilidade do projeto, suas atividades e objetivos. Disseminar informação de relvo na temática do projeto. Angariar participantes e parceiros para as atividades do projeto e para a Inclusão das PcDI nas atividades da comunidade.

2.                  Ação de Sensibilização para Comunidade

2.1.            Realizar uma Ação Pública destinada à Comunidade Local dando a conhecer o projeto, assim como as premissas dos Movimentos de Autonomia para a Vida Independente como forma de garante da Inclusão e do Direito das Pessoas com Deficiência.

2.2.            Sensibilizar a comunidade Mafrense para os Direitos das Pessoas com Deficiência, nomeadamente no que diz respeito à Vida Independente. Angariar agentes facilitadores da autonomia e potencias Assistentes Pessoais

3.                  Ações de sensibilização e capacitação para PcD e Famílias

3.1.            Realização de 3 ações de sensibilização e capacitação para PcD e Famílias demonstrando a importância da promoção da Vida Autónoma e Independente para o garante da Inclusão e dos Direitos das PcD, com temáticas dirigidas à facilitação do desenvolvimento das áreas identificadas como mais carenciadas na avaliação de diagnóstico

3.2.            Sensibilizar e capacitar as PcD e as famílias para a importância da promoção da autonomia e da Vida Independente das PcD, para a sua inclusão plena na sociedade e garante dos direitos que lhes são consagrados.

4.                  Avaliação do Potencial de Autonomia

4.1.            Aplicação de grelhas de avaliação a PcD integradas na APERCIM, a alunos com Deficiência das Escolas Secundárias do Concelho e a elementos da comunidade indicados pelos parceiros.

4.2.            Realizar o diagnóstico do potencial de autonomia; Despistar potenciais beneficiários da intervenção pelo Projeto; Encaminhar beneficiários para estruturas e sistemas de suporte (e.g. CAVIs)  

5.                  Estabelecimento de Rede de Parceiros e Assistentes

5.1.            Estabelecimento de contactos para a criação de uma rede de parceiros locais nas áreas e domínios com impacto para a autonomia, com a definição de elementos chave (Assistentes) que possam apoiar e supervisionar nas tarefas de autonomia

5.2.            Garantir o acompanhamento por terceiros numa progressão do apoio próximo para a supervisão distante; Garantir uma supervisão extra-APERCIM; Contribuir para a desinstitucionalização.  

6.                  Intervenção para Autonomia – APERCIM

6.1.            Elaboração e Execução de um Plano de Intervenção para a Vida Autónoma e Independente dos residentes do Lar e clientes do CACI, com potencial de autonomia relevante, realizando tarefas e atividades nos vários domínios que permitam aspirar a uma solução habitacional autónoma. Atividades realizadas sob a orientação dos Técnicos da APERCIM com o apoio de assistentes da comunidade nas várias áreas e domínios.

6.2.            Capacitar os Residentes para viverem autonomamente, com uma supervisão mínima dos Técnicos da APERCIM. Aferir a possibilidade de criação de Residências Autónomas

7.                  Formação de Assistentes Pessoais

7.1.            Formar Assistentes Pessoais para as áreas identificadas com necessidade de apoio próximo. A Formação será feita pela Equipa da APERCIM e por Formadores Externos

7.2.            Criar uma Bolsa de Assistentes Pessoais devidamente formados

8.                  Ação de Benchmarking com MAVIs

8.1.            Realizar ações de Benchmarking com Projetos de MAVI já implementados, para aferir das estratégias e metodologias a utilizar.

8.2.            Avaliar e aferir as condições para a implementação e um CAVI na APERCIM

Informações e Contactos:

https://www.apercim.pt/projectos/um-caminho-para-a-autonomia

hugo.silva@apercim.pt / servicosocial@apercim.pt

Organização -  APERCIM 

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